Profissionais se reúnem para reforçar compromisso com a luta antimanicomial

Especialistas da saúde mental discutem estratégias para fortalecer a rede de cuidado
Em uma reunião de rede realizada no auditório da Prefeitura de Pinheiral, profissionais da saúde mental se reuniram para discutir avanços, desafios e estratégias no fortalecimento da atenção psicossocial. O encontro, promovido pela Superintendência de Programas e Ações, contou com a presença de representantes do CAPS, ambulatório, equipe EMULTI e demais trabalhadores da rede.
Durante o evento, o secretário de Saúde, Everton Alvim, destacou os avanços conquistados nos últimos anos e o impacto positivo da ampliação dos serviços na vida da população - “Vivemos um momento fundamental para o fortalecimento da saúde mental. Temos trabalhado para ampliar o acesso aos serviços e, felizmente, vemos cada vez mais pessoas dispostas a buscar ajuda. Isso, por si só, já é um sinal muito positivo, pois mostra que estamos conseguindo romper barreiras e vencer o preconceito” - afirmou.
Segundo o secretário, a aproximação dos serviços com a comunidade tem gerado resultados concretos - “Hoje, já ultrapassamos os 600 atendimentos mensais, com um aumento expressivo após a pandemia. O número de adolescentes em busca de apoio também cresceu, o que exige de nós uma escuta ainda mais atenta e especializada” - completou, ressaltando a importância do trabalho integrado entre os diversos setores da rede.
Convidada para palestrar no evento, a psicóloga Edna Quintino compartilhou sua experiência na rede pública de saúde e reafirmou seu compromisso com a luta antimanicomial - “A saúde mental é onde eu habito, é o espaço onde construí minha prática e minha identidade profissional. Acredito profundamente no trabalho em rede, pois ele é a base de uma atenção em saúde que realmente cuida das pessoas” - disse.
Edna também lembrou que a luta antimanicomial vai além das mudanças institucionais - “A reforma psiquiátrica mudou a forma de cuidar, colocando a pessoa no centro do cuidado. Mas essa luta precisa ser coletiva. Trabalhadores e usuários devem ser os protagonistas. Não existe luta antimanicomial sem democracia” - pontuou, alertando para a persistência de práticas excludentes que ainda precisam ser enfrentadas.
A reunião foi coordenada por Patrícia Rivello, responsável pela Superintendência de Programas e Ações da Secretaria de Saúde, que reforçou o compromisso da gestão com uma política de saúde mental humanizada, acolhedora e livre de práticas manicomiais.
O encontro marcou mais um passo no fortalecimento da rede de atenção psicossocial, promovendo o diálogo entre profissionais e reafirmando os princípios da reforma psiquiátrica e da atenção centrada no cuidado em liberdade.