Formação promove reflexão sobre cultura afro-brasileira, identidade e empoderamento

Dança, jongo e histórias de vida marcam encontro de valorização da cultura negra
O Centro Municipal de Ensino Roberto Silveira, em Pinheiral, realizou hoje o 4º Encontro de Formação em Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER). O evento reuniu educadores e convidados para uma manhã de atividades voltadas à valorização da cultura afro-brasileira, ao fortalecimento da identidade e à reflexão sobre a história do povo negro.
A programação incluiu uma apresentação de dança afro-contemporânea conduzida por Henna Melo, que destacou a importância da atividade como espaço de aprendizado coletivo: “Este foi um momento de troca, encontro e reflexão. A dança afro-contemporânea nos ensina que o corpo negro se movimenta em todo lugar, carregando consigo histórias, ancestralidade e resistência”. Durante o evento, Henna convidou os presentes a participarem de uma movimentação coletiva, proporcionando uma vivência de integração e reflexão sobre identidade.
O evento também contou com a participação do grupo de Jongo de Pinheiral, que realizou uma dinâmica de contação de histórias envolvendo o público, reforçando a ancestralidade e a tradição cultural da comunidade. Para Maria Amélia, representante do grupo, o encontro é uma oportunidade de manter viva a história do jongo: “Nosso objetivo é mostrar que o jongo é mais do que dança; é resistência, memória e união. Trazer essas histórias para os alunos e educadores fortalece nossa cultura e nos conecta com nossas raízes”, declarou.
A artesã Cláudia Maceió falou sobre a importância de reconhecer e valorizar a história do povo negro em Pinheiral. “É uma história que tem marcas tristes, mas também pode ser bonita, quando lembrada e ressignificada”, disse. Além disso, ela apresentou os turbantes que confecciona, permitindo que os participantes experimentassem e vivenciassem esse símbolo de resistência e identidade.
Encerrando as atividades, a jornalista e radialista, Marilene Severiano, compartilhou sua trajetória de superação e empoderamento. Criada por uma mãe negra e solo, destacou como os sonhos de infância a ajudaram a enfrentar desafios. "Estou aqui para demonstrar, mesmo diante das dificuldades, é possível seguir os sonhos e se fortalecer. Cresci com minha mãe, uma mulher negra e solo, e aprendi desde cedo que os desafios podem nos ensinar e nos tornar mais fortes. Minha trajetória de vida me mostrou que a educação e o conhecimento são ferramentas poderosas para transformar a vida", afirmou Marilene Severiano.
Para Lucrécia Souza, superintendente pedagógica da Secretaria de Educação, encontros como este fortalecem a prática pedagógica e contribuem para a formação cidadã dos alunos: “Discutir as relações étnico-raciais no espaço escolar é fundamental para construir uma educação mais inclusiva, humana e comprometida com a valorização da diversidade”, ressaltou.